PARA QUE SERVEM AS PAIXÕES?
As experiências pelas quais passamos, se bem aproveitadas, podem nos levar à evolução, pois trazem a oportunidade para a reforma das más tendências e para a prática do bem.
Para isso, precisamos ter vontade. Com ela, tornamo-nos capazes de alterar o nosso pensamento, nossa palavra, ação e comportamento, e nos impulsionamos para o caminho da evolução.
Mas é possível que essa vontade seja potencializada com alguma coisa a mais. A paixão é um entusiasmo que se acrescenta à vontade e que multiplica as nossas forças, facilitando nossas realizações. Está na natureza do ser humano e surge involuntariamente.
Se a paixão pode ser bem aproveitada no processo evolutivo, quando temos o controle e dirigimos essa força para o bem, também pode se tornar muito perigosa quando é ela que nos domina.
A paixão, em si mesma, não é ruim. Ruim é o abuso que se deixa fazer com ela e o mal que resulta para si mesmo ou para uma outra pessoa. São as típicas situações de desequilíbrio: essa força que poderia fazer o bem se volta sobre si próprio através da causa e efeito.
Quando direcionada a algo prejudicial, a paixão pode e deve ser superada, mesmo a mais intensa.
Primeiro, pela nossa vontade, não permitindo seus efeitos prejudiciais ao conter as más atitudes que ela nos empurraria a fazer. Por exemplo: a raiva impulsiona à violência, mas a vontade de não ser violento impede esse comportamento. A raiva vai continuar ali, mas a pessoa não vai agir de acordo com ela.
Depois, podemos enfraquecer essa paixão exercitando uma outra que lhe é contrária, e que poderá nos impulsionar a fazer o bem. Para isso, trazemos à mente o motivo para não se comportar daquela forma: os benefícios da resignação, a causa e efeito, a compreensão e a compaixão pela outra pessoa, enfim, tudo o que nos ensina o Evangelho de Jesus.
Para pouco a pouco dominar a paixão e não deixar se direcionar a algo prejudicial, é necessário ir desenvolvendo a paixão pelo Evangelho, através da vontade, da fé raciocinada, do conhecimento do bem e do mal e da prática do amor ensinado por Jesus.