É PRECISO EXERCITAR O PERDÃO
Jesus nos recomendou perdoar setenta vezes sete vezes.[1] Entender o significado de suas palavras permitirá quebrar as algemas que nos prende a quem nos ofendeu.
Uma das doenças mais terríveis dos últimos séculos é o orgulho. Através dele deixamos passar oportunidades por não voltar atrás em uma posição, acreditando que sempre estamos corretos.
O que devemos compreender no setor do perdão é que, ainda que estejamos corretos, cabe a nós perdoar ou pedir o perdão, uma vez que aquele que nos confronta, agride ou ofende se encontra doente do espírito e não tem condições de discernir o que fez.
Convém lembrar, ainda, que nada em nossas vidas acontece por acaso, se estamos sendo ofendidos hoje, podemos ter sido os ofensores do passado.
Conceder ou pedir o perdão é exercitar a bondade e a benevolência, praticando para com nosso ofensor a caridade[2], uma vez que se trata de uma forma indireta de aprendizado – o combater o mal com o bem.
Um dos maiores exemplos que podemos citar é Jesus, que mesmo em sua hora derradeira, perdoou àqueles que o estavam encaminhando para a morte dizendo “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem[3].”.
Quem não perdoa é doente do orgulho e perpetua os acertos não só para esta como para as próximas vidas, já que sabemos que tudo o que não conseguimos resolver nessa encarnação, certamente teremos que resolver nas próximas.[4]
Compreendendo que o maior beneficiário do perdão é aquele que perdoa, conseguiremos praticar o pedido do Cristo de perdoar não sete, mas setenta vezes sete vezes.
[1] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo X – Bem Aventurados os que são Misericordiosos, Perdoai, par que Deus vos perdoe
[2] Capítulo IX Evangelho – A Paciencia
[3] Revista Espírita 1862, Agosto, Dissertações espíritas, O perdão
[4] O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo X - Bem-aventurados os que são misericordiosos, Reconciliação com os adversários