CHICO XAVIER E AS MATERIALIZAÇÕES DE PEDRO LEOPOLDO
Hoje, desejamos falar do médium de efeitos físicos Chico Xavier.
Na década de 40, em Pedro Leopoldo, com um reduzido grupo de amigos, do qual às vezes o médium Peixotinho fazia parte, Chico promoveu na sede do Centro Espírita “Luiz Gonzaga” reuniões de materialização.
Os espíritos se materializavam com grande facilidade por seu intermédio e os fatos que ocorriam eram os mais diversos: voz direta, ruídos, levitação e transporte de objetos, tais como pétalas de rosas e conchas marinhas, luzes e perfumes... Irmã Scheilla que sempre se fazia presente, submetia os enfermos a tratamento com extraordinários resultados.
Certa vez, contou-nos o nosso saudoso Joaquim Alves, o Jô, que chegou a participar de muitas dessas reuniões, que o Chico ficava recostado numa espécie de poltrona em um quartinho com a porta aberta...
Lá de dentro, explodiam luzes de variadas cores iluminando todo o ambiente, de forma que dava para ver o Chico deitado em transe...
Um dia, o próprio Emmanuel materializou-se a vista de todos.
Trajando uma túnica à romana, um facho de luz erguido em sua mão esquerda, ele trazia no peito as estrelas do Cruzeiro do Sul...
Não raro, era algum outro espírito que se materializava de corpo inteiro, dialogando com os familiares presentes e lhes arrancando lágrimas de emoção pela sublimidade do acontecimento.
Nesse contexto, contou-nos também, poucos meses antes de desencarnar, o nosso amigo Sr. José Gonçalves Pereira, diretor da Casa Transitória, em São Paulo, sobre a materialização de sua mãezinha desencarnada, D. Alvina, pela abençoada mediunidade de Chico Xavier.
E foi ele mesmo, o Sr. Gonçalves, que confiou-nos o trabalho feito pelo Jô que, na penumbra, artista de grande talento que era, ia retratando as entidades materializadas.
Observemos nas fotos que acompanham essa matéria, que os espíritos materializados pela mediunidade do Chico sequer tocavam o solo com os pés; observemos ainda a leveza da materialização, o véu diáfano* de ectoplasma que os cobria e a luminosidade que irradiavam.
Através de outros medianeiros, e entre eles o próprio Peixotinho, as materializações eram, digamos, mais humanizadas; ao passo que, pelo Chico, elas eram mais espiritualizadas...
É verdadeiramente uma pena que os que presenciaram esses fatos na época, não o tenham registrado de uma forma conveniente.
Com a quebra do sigilo das reuniões de Pedro Leopoldo, o que era impossível de se manter de todo, começou um assédio de pessoas que queriam participar delas por simples curiosidade.
Foi quando Emmanuel recomendou ao Chico que as reuniões fossem suspensas, porque além do seu grande desgaste de energia, a sua tarefa primordial era a do livro.
Obediente ao sábio orientador, o Chico passou a concentrar esforços na psicografia, materializando o pensamentos dos Espíritos Superiores para a Humanidade, necessitada de espiritualizar-se.
Depois, uma vez ou outra, Chico, já em Uberaba, chegou a participar ele mesmo como médium de efeitos físicos em reuniões da “Comunhão Espírita Cristã”; mas aí a finalidade básica era de submeter os doentes a tratamento.
Conta-se que nessas oportunidades, a nossa Irmã Scheilla costumava materializar uma espécie de “colar radioativo” que, colocado no pescoço dos enfermos, era absorvido pelo corpo instantaneamente.
Mesmo aos 80 anos de idade, as materializações físicas ainda estavam presentes em torno de Chico Xavier.
Era comum no ambiente em que estava, rescender um conhecido perfume de rosas ou, então, um cheiro de éter.
Os vidros de água a ser fluidificada, se colocados em seu quarto, ficavam repletos de uma substância leitosa, exalando um suave perfume.
Muitas amigas de Chico disseram ter em casa o lenço que, ao toque de suas mãos, embebeu-se de perfume que, passados muitos anos, continuavam inalterável.
Entregando essas singelas considerações aos nossos leitores, que seguem documentadas pelas fotos às quais pudemos ter acesso, esperamos ter cumprido com o dever de deixar registrado para a posteridade este aspecto da mediunidade de Chico Xavier, sem dúvida, o médium mais completo de todos os tempos.
*transparente, delicado, que permite a passagem de luz
FONTE: Livro Chico Xavier, Mediunidade e Ação. Editora Ideal. Redigido por Carlos A. Baccelli.